Olá, pessoal!
Em nosso primeiro encontro fizemos reflexões baseadas na tese de doutorado, de Andréa Inês Goldschmidt, quanto ao ensino de Ciências do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, foram elas:
Krasilchik (1987) aponta que para
muitos alunos, aprender Ciências tem sido decorar um conjunto de nomes,
fórmulas, descrições de instrumentos ou substâncias, enunciados de leis. Como
resultado, o que deveria levar a uma experiência intelectual estimulante passa
a ser um processo doloroso que chega até a causar aversão. Além disso, a forma
como os conteúdos são apresentados em sala de aula contribui para um ensino
deficiente em Ciências. Na maioria das vezes, os conceitos são apenas
apresentados, seguindo-se uma série de exercícios em que o aluno copia
literalmente os conceitos apresentados no texto. Utilizam-se jogos, exercícios de
completar, palavras cruzadas que induzem à memorização mecânica das respostas.
O ensino de Ciências deve ser
significativo, isto é, partir do conhecimento que os alunos já trazem, de modo
que possibilitem ao aluno opinar e discutir sobre os diferentes temas atuais
relativos à Ciência, desenvolvendo atitudes cientificas. As atividades a serem
propostas devem investigar o educando, auxiliando a explorar e despertar sua
curiosidade, além de possibilitar formular problemas e respostas sobre as
experiências vivenciadas. (...) A aprendizagem deve se desenvolver de maneira
espontânea, livre desinibida, sendo orientada e medida pelo professor, para que
a criança possa se manifestar sem barreiras e inibições, reconhecendo sua
criatividade. Devem ser inseridas atividades que facilitem a aprendizagem,
sendo as atividades lúdicas uma forma mais atraente e estimuladora para a
construção do conhecimento.
Harlan e Rivkin (2002) discorrem
sobre o papel dos professores de Ciências nos anos iniciais e afirmam que são
quatro os papéis de quem ensina e orienta a descoberta científica:
a)Deve ser facilitador; ou seja,
criar um ambiente de aprendizagem no qual cada criança possua uma oportunidade
de crescimento. Assim, planejar, completar materiais necessários e realmente
realizar experiências constituem tarefas cientificas facilitadoras.
b)Ser catalisador, despertando o
poder intelectual das crianças, auxiliando-os a perceberem-se como sujeitos que
pensam e resolvem problemas. Os catalisadores estabelecem um tom positivo,
encorajador, mantendo-se em contato com seu próprio entusiasmo quanto à
descoberta. Não pode ser percebido como
a figura por muitos anos mantida como “a fonte de conhecimento”; isto só distancia
o professor do conhecimento dos alunos.
Atuar como consultor, ou seja,
observar cuidadosamente, ouvir atentamente e responder às perguntas de maneira
simplificada, ao mesmo tempo em que envolve as crianças em suas investigações.
Neste papel, devem ser fornecidas pequenas informações, como dicas de
aprendizagem, devendo oportunizar perguntas, objetivando focalizaram partes
relevantes de problemas. O papel do consultor é oferecer apoio muito mais que
alguém que oferece direções.
d) Por fim, ser modelo,
demonstrando a criança aspectos importantes dos aprendizes bem sucedidos:
curiosidade, valorização, persistência e criatividade.
É pertinente lembrar que a escola
deve trabalhar a ideia de que a própria Ciência é provisória, de que é
continuamente reconstruída e se está
sempre criando novos significados na tentativa de explicar o mundo.
O ensino de Ciências nos anos
iniciais deve permitir ao aluno a compreensão do conhecimento científico, não
como verdade única ou inquestionável mas como saber que lhe permitirá ampliar
as suas concepções prévias com conhecimentos científicos, tornando importante a
ampliação de metodologias apropriadas e motivadoras.
Nos anos iniciais a criança
defronta-se com o conhecimento científico e sua compreensão dependerá da
concepção de Ciência e de educação que baliza a prática pedagógica. Para muitos
professores, o ensino de Ciências Naturais é desenvolvido de forma
propedêutica, preparando a criança para o futuro. Porém, “o estudante não é
só cidadão do futuro, mas já é cidadão hoje, e, nesse sentido, conhecer Ciência
é ampliar a sua possibilidade presente de participação social e desenvolvimento
mental, para assim viabilizar a sua capacidade plena de exercício da
cidadania.” (BRASIL, 1997, p.23).
Ainda baseado na tese, fizemos a análise de unidades de diversos livros didáticos de 1º ao 5º anos, das seguintes etapas abaixo destacados, para assim identificar se os livros didáticos contemplavam ou não, os conceitos apresentados por Harlan e Rivkin (2002). Os autores apontam a
necessidade de orientar as Ciência do método científico para a descoberta, pois
a partir desta é possível compreender que a Ciência é um forma de pensar e
obter conhecimentos desde que respeitados quatro etapas:
(1) observar (dar-se
conta do problema);
(2) perguntar-se o motivo (formular hipóteses, propor
explicações);
(3) descobrir (experimentar e observar) e;
(4) partilhar os
resultados com outras pessoas.
Para ampliar essas reflexões, acesse a tese por completo, por meio do endereço eletrônico:
Um abraço!